Casal tem m0rte confirmada com poucas horas de diferença após 77 anos de união; ‘M0rreram fazendo se… Ver mais

Em meio a um Brasil marcado por tragédias e notícias duras, uma história de amor verdadeiro emocionou o país. Odileta Pansani de Haro, de 92 anos, e Paschoal de Haro, de 94, protagonizaram um daqueles enredos que parecem saídos diretamente do cinema: após 77 anos de convivência, morreram com apenas 10 horas de diferença. Ela às 7h da manhã. Ele, às 17h do mesmo dia.
Do acaso ao altar: a correntinha que selou o destino de duas almas
O encontro entre Odileta e Paschoal aconteceu nos anos 1940, em Mirassol, interior de São Paulo. Ela tinha 15 anos quando ele deixou cair uma correntinha, que girou no ar e foi parar no braço da jovem.
A coincidência virou troca de olhares, cartas cheias de afeto e, três anos depois, casamento em 15 de abril de 1951 — data que também marcava o aniversário de Paschoal.
Uma vida inteira lado a lado: filhos, perdas e domingos inesquecíveis
Juntos, construíram uma família com seis filhos, embora tenham sofrido a dor de perder a primogênita Silvia em 1997, aos 33 anos, vítima de leucemia.
Mesmo com a perda, a família se manteve unida, e os domingos eram sagrados: momentos de riso, abraços e fartura com filhos, netos e bisnetos. O dia 15 de abril era ainda mais especial, reunindo celebrações em dobro — casamento e aniversário.
A saúde que se foi, mas não o amor: o último desejo de Paschoal
Com o passar dos anos, Odileta foi diagnosticada com Alzheimer, e Paschoal descobriu um câncer intestinal terminal. Mesmo doente, ele só tinha um medo: deixá-la sozinha.
Fez um pedido a Deus para que partissem juntos. E foi atendido. No mesmo dia, ela se foi ao amanhecer; ele, ao entardecer. Uma conexão tão forte que nem a morte conseguiu separar.
O velório, o adeus e o desejo cumprido até o último detalhe
Os dois foram velados juntos, e o sepultamento aconteceu conforme o último pedido de Odileta: queria ser enterrada primeiro.
O casal deixou cinco filhos, seis netos e quatro bisnetos. “Eles não suportariam viver um sem o outro”, disse um dos familiares, emocionado. A cidade inteira parou para se despedir dessa união que atravessou quase oito décadas.
Quando o amor vence o tempo: lição de vida para gerações
A história de Odileta e Paschoal é mais do que um romance bonito. É um grito silencioso em tempos de amores líquidos e relacionamentos descartáveis.
Eles nos lembram que o verdadeiro amor resiste, persiste e, às vezes, se despede junto. E assim, de mãos dadas no coração, entraram para a eternidade.