Jovem de 16 anos perde braç0s e pern4s para salvar o pai de..Ver mais

O que era para ser apenas mais uma tarde ajudando o pai terminou como um dos episódios mais tristes dos últimos meses no litoral de São Paulo.
Rafael Ferreira, um adolescente de apenas 16 anos, sofreu um grave acidente que resultou na amputação dos dois braços, da perna direita e de parte do pé esquerdo. O jovem está internado na Santa Casa de Santos há quase três meses e ainda não tem previsão de alta.
Residente em Bertioga, Rafael era conhecido por ser o grande parceiro do pai, José Ferreira, de 60 anos, um ajudante de pedreiro que agora vive a angústia de ver o filho travando a luta mais difícil de sua vida.
“Pai, eu tô todo queimado”
O acidente aconteceu no dia 2 de março, no bairro Santa Maria, em Santos. Rafael quis ajudar o pai a desobstruir um cano durante a obra de um muro.
Com uma barra de ferro nas mãos, subiu em uma estrutura de cerca de três metros de altura. Sem perceber a fiação, acabou encostando o metal em um fio de alta tensão.
A barra de ferro conduziu a descarga elétrica violentamente. Rafael foi lançado com força, mas antes de cair, foi segurado pelo próprio pai.
“Quando eu segurei ele, falei: ‘Rafael, Rafael, fala comigo, fala com o papai’. Ele abriu os olhos e disse: ‘Pai, eu tô todo queimado, pai’”, contou José, em prantos, durante entrevista ao g1.
22 dias em coma e cirurgias de emergência
O Samu foi acionado imediatamente e transportou o jovem às pressas para a Santa Casa de Santos. Ao dar entrada no hospital, Rafael foi levado direto para a UTI e permaneceu em coma por 22 dias. Foram momentos de puro desespero para a família.
A equipe médica tentou de todas as formas salvar os membros do garoto, mas a gravidade das queimaduras tornou isso impossível. Em março, os médicos realizaram as amputações para salvar a vida de Rafael. No começo de abril, ele foi transferido para a enfermaria.
Um futuro que mudou drasticamente
Desde então, Rafael permanece internado, sem previsão de alta. A rotina agora é marcada por curativos, tratamentos dolorosos e uma adaptação que vai exigir força mental e física inimagináveis. A história do garoto tem comovido profissionais da saúde, vizinhos e até desconhecidos que vêm acompanhando o caso pelas redes sociais.
O pai, José Ferreira, não sai de perto do filho e tenta se manter forte. “Ele é meu companheiro, meu braço direito. Ver ele nessa situação… é como se eu tivesse perdido uma parte de mim também”, desabafou o ajudante de pedreiro.