Prisã0 À Vista Para Nikolas? Após Ação De Estudantes, Acaba De Ser Decidido Que… Ver Mais
A confirmação do deputado federal Nikolas Ferreira como um dos palestrantes do APAS Conference 2025 gerou forte reação entre parte da comunidade acadêmica da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). O evento conservador está agendado para o dia 23 de agosto e acontecerá no Teatro Adelaide Konder, no campus de Itajaí.
O APAS (Ação Política Atlântico Sul) é um encontro anual que discute temas ligados à política, cultura, comunicação e sociedade civil. Com oficinas, debates e workshops, a proposta é atrair diferentes perfis interessados em pautas alinhadas ao pensamento conservador.
No entanto, a escolha do local e de alguns nomes confirmados para o evento provocou críticas públicas de centros acadêmicos da universidade, levantando um debate sobre pluralidade, espaço público e liberdade de expressão.
Nota de repúdio dos estudantes acende o debate
O Centro Acadêmico Anita Garibaldi e a Liga Acadêmica de Gênero em Relações Internacionais da Univali divulgaram uma nota conjunta nas redes sociais manifestando repúdio ao evento. O texto critica não apenas o perfil político dos convidados, mas também a suposta ligação do evento com a produtora Brasil Paralelo.
Na publicação, os grupos estudantis afirmam que o APAS promove “revisionismo histórico” e exaltaria períodos autoritários do país. A imagem de Nikolas Ferreira ilustra a nota, onde o deputado é descrito como um dos “rostos do fascismo no Brasil”.
A nota também acusa o parlamentar de liderar campanhas que desafiam o sistema democrático, como o pedido de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação encerra com um apelo à reitoria da Univali, pedindo que a universidade não ceda espaço a discursos considerados antidemocráticos.
A divulgação gerou intensa repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões dentro e fora do ambiente acadêmico.
Organização do APAS rebate críticas e defende diversidade
Enrico Bianco, advogado e um dos fundadores do APAS, respondeu à nota de repúdio afirmando que a iniciativa não representa todos os alunos da universidade. Ele declarou que os grupos contrários ao evento fazem parte de uma minoria radical e ideologicamente engajada.
Bianco também negou que o evento seja promovido pela Brasil Paralelo. Segundo ele, a produtora teria apenas se associado ao projeto para fins de divulgação, motivada pelo alcance da edição anterior. A organização do APAS, de acordo com o advogado, é composta por catarinenses de diversos setores da sociedade.
Para o organizador, impedir que o evento ocorra é um atentado à liberdade de expressão. Ele defendeu o espaço universitário como ambiente plural, aberto a diferentes visões ideológicas, inclusive as mais críticas ao projeto.
A fala foi encerrada com um apelo à convivência democrática, mesmo entre grupos com visões completamente opostas.
Univali sob pressão para se posicionar
Diante da repercussão, cresce a expectativa por um pronunciamento oficial da Univali. Até o momento, a universidade não se manifestou publicamente sobre o episódio, o que tem alimentado ainda mais discussões nas redes e em grupos estudantis.
Internamente, o episódio também gerou movimentações. Alguns docentes e alunos têm discutido a necessidade de diretrizes claras para o uso dos espaços da instituição por grupos externos ou eventos de natureza política.