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Piloto que salvou a vida de Luciano Huck desabafa: ‘Ele Não Me Deu Nem…Ver mais

Em 24 de maio de 2015, o Brasil parou diante da notícia de que o apresentador Luciano Huck, sua esposa Angélica, os três filhos do casal e duas funcionárias haviam sobrevivido a um acidente aéreo em Mato Grosso do Sul. O bimotor em que viajavam sofreu pane seca em pleno voo, e a tragédia parecia inevitável.

Foi graças à habilidade do comandante Osmar Frattini que a história terminou de forma diferente: com um pouso forçado em uma área de vegetação próxima a Campo Grande, todos a bordo foram salvos.

Naquele momento, Frattini foi celebrado como herói nacional. Sua frieza e técnica foram decisivas para impedir que o episódio se transformasse em uma tragédia irreparável. Porém, uma década depois, a vida do piloto tomou um rumo inesperado. Enquanto a família Huck seguiu em frente e reconstruiu o cotidiano após o trauma, o responsável por salvar suas vidas passou a enfrentar um drama silencioso, marcado por dificuldades financeiras e pelo esquecimento.

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Da aclamação à demissão inesperada

O que deveria ter sido o início de uma fase de reconhecimento profissional acabou se transformando em um duro golpe. Pouco tempo após o acidente, Osmar Frattini foi demitido da empresa de táxi aéreo onde trabalhava. A decisão surpreendeu, principalmente porque as investigações concluíram que a pane não havia sido causada por falha humana, mas por uma instalação incorreta de peça na aeronave.

Sem respaldo institucional, o piloto passou a lidar com um estigma que atinge muitos profissionais da aviação envolvidos em acidentes. Ainda que inocentados, acabam sendo vistos como “marcados” pelo mercado, que exige constante atualização e certificações de alto custo. Sem condições de manter suas licenças em dia, Frattini viu sua carreira se estagnar.

Hoje, ele vive de aluguel e depende de empréstimos para sobreviver. Afastado da profissão que sempre foi sua vocação, convive com as consequências de um sistema que pouco valoriza quem atua em situações extremas para salvar vidas.

Enquanto uns superaram o trauma, ele vive o seu

Luciano Huck e Angélica já falaram publicamente sobre as marcas deixadas pelo acidente. O apresentador revelou que sua esposa enfrentou crises de pânico e encontrou na meditação uma forma de superar o medo. A família, com o tempo, conseguiu seguir em frente.

Do outro lado, o piloto que garantiu a sobrevivência de todos enfrenta um cotidiano marcado pela incerteza. Sua história expõe a desigualdade de destinos após episódios de grande repercussão: enquanto as vítimas recebem apoio e atenção, quem atuou para evitar o pior muitas vezes é deixado à própria sorte.

O caso de Osmar Frattini serve como reflexão. Heróis não podem ser lembrados apenas no momento do feito e esquecidos logo depois. É fundamental criar mecanismos de apoio para profissionais que carregam o peso de decisões que salvaram vidas, mas que, paradoxalmente, acabaram lhes custando a própria carreira.

A história do comandante é, ao mesmo tempo, um retrato da coragem humana e da fragilidade das estruturas que deveriam amparar quem arrisca tudo para proteger os outros.

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