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Antes De M0rrer, PM Manda Recado Para Esposa E Prints Vazam “Por Favor… Ver Mais

A megaoperação nas comunidades do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, ganhou um rosto humano por trás dos números. O sargento Herbert Carvalho da Fonseca, de 39 anos, policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), enviou uma mensagem à esposa, Jessica Michele, minutos antes de morrer em confronto com criminosos do Comando Vermelho. “Estou bem. Continua orando”, escreveu o agente em seu último contato pelo WhatsApp.

O policial foi atingido durante o tiroteio que marcou uma das ações mais letais da história recente do estado. Além dele, outro colega de tropa, Cleiton Serafim Gonçalves, também perdeu a vida na operação. A troca de tiros aconteceu na terça-feira (28), quando mais de 60 pessoas morreram durante a ofensiva das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha.

Jessica compartilhou nas redes sociais a conversa que teve com o marido. Na troca de mensagens, ela demonstra preocupação e fé, dizendo: “Você está bem? Deus está te cobrindo. Estou orando.” Após a resposta curta de Herbert, o silêncio. Ele não respondeu mais, e minutos depois veio a notícia que nenhuma família de policial quer receber.

“O que vou falar para a nossa filha?”, desabafa a viúva nas redes sociais

A viúva publicou o print da conversa e um desabafo comovente nas redes sociais, acompanhado de uma pergunta que sintetiza sua dor: “Você não falou mais. E agora, o que vou falar para Sofia?”. Sofia é a filha do casal, que completou aniversário no mesmo mês em que perdeu o pai. A publicação emocionou colegas de farda e milhares de internautas.

Em outro texto, Jessica lembrou o que o marido costumava dizer toda vez que um companheiro de trabalho morria em serviço. “Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos, e que o dia que chegasse a vez dele, estaria fazendo o que mais amava. A gente nunca acredita, mas esse dia chegou”, escreveu. O relato viralizou e gerou uma onda de homenagens ao policial nas redes sociais.

Herbert atuava há 17 anos no Bope e era considerado um profissional exemplar pela corporação. Amigos e superiores destacaram sua coragem e dedicação, afirmando que ele “representava o espírito do Bope: servir até o último minuto”. A morte dele reacendeu o debate sobre as condições de trabalho e os riscos enfrentados diariamente pelos policiais em áreas dominadas por facções criminosas.

Megaoperação expõe o custo humano da guerra urbana no Rio

A morte do sargento ocorre em meio à Operação Contenção, que já é considerada a mais letal dos últimos 15 anos no Rio de Janeiro. De acordo com balanço das autoridades, mais de 64 pessoas morreram durante a ação, incluindo quatro policiais — dois civis e dois do Bope. O confronto levou ao fechamento de vias importantes e paralisou parte da cidade.

Nas redes sociais, colegas de Herbert lamentaram o ocorrido e pediram mais apoio do governo aos agentes que atuam na linha de frente. “Enquanto políticos discutem, são famílias como a de Herbert que pagam o preço da violência”, escreveu um amigo do policial.

O caso sensibilizou o país e expôs, mais uma vez, o alto custo humano da guerra urbana travada diariamente nas favelas cariocas. Para Jessica e a pequena Sofia, ficou o vazio e a lembrança de um herói que, mesmo em meio ao caos, respondeu com fé e amor: “Continua orando.

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