Após 0bito De Cid Moreira, Lula Decide Desabafar “Ele Era… Ver Mais
Nesta quinta-feira (03), o Brasil perdeu uma de suas maiores referências jornalísticas e televisivas. O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira faleceu aos 97 anos, no Rio de Janeiro, devido a complicações de uma insuficiência renal crônica.
Internado há semanas no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, onde tratava uma pneumonia, Moreira não resistiu e deixa um legado inigualável na história da comunicação brasileira. Conhecido por sua voz marcante e sua presença inconfundível no Jornal Nacional, ele foi um dos rostos mais emblemáticos da televisão, tendo apresentado o principal noticiário da Rede Globo por 26 anos.
Em nota oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda. “Com tristeza, o Brasil se despede hoje de uma das personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo e televisão”, declarou Lula.
“Seu legado no jornalismo será eternamente lembrado.” Moreira, que completou 97 anos no último domingo, deixa um rastro de dedicação e inovação no jornalismo e na mídia televisiva.
A Voz que Fez História
Cid Moreira é uma figura que transcendeu o jornalismo e se consolidou como um ícone da comunicação brasileira. Nascido em Taubaté, São Paulo, em 1927, iniciou sua carreira no rádio aos 17 anos. Com uma voz grave e poderosa, que se tornaria sua marca registrada, ele rapidamente ganhou notoriedade e passou a trabalhar em grandes rádios de São Paulo, como a Rádio Bandeirantes.
Sua carreira na televisão começou nos anos 1950, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Em 1969, ao lado de Hilton Gomes, fez história ao apresentar a primeira edição do Jornal Nacional, noticiário que se tornaria referência na TV brasileira.
Cid Moreira permaneceu no JN por 26 anos, comandando mais de oito mil edições, sempre com seriedade e precisão, em tempos marcados pela ditadura militar.
Jornal Nacional e o Jornalismo em Tempos de Ditadura
A primeira transmissão do Jornal Nacional, em setembro de 1969, com Cid Moreira na bancada, marcou uma nova era na televisão brasileira. Durante o período da ditadura militar, o JN teve um papel central na comunicação do governo com a população. Moreira foi o responsável por ler, ao vivo, a carta da Ação de Libertação Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), durante o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil, Charles Burke Elbrick.
O episódio, que culminou na libertação de 15 presos políticos, fez parte de um período em que o jornalismo se via desafiado por pressões políticas e censura. Ainda assim, Cid Moreira se manteve firme na sua missão de informar o público com responsabilidade.
Além do Jornalismo: Uma Carreira Versátil
Embora tenha sido eternamente lembrado pelo Jornal Nacional, Cid Moreira diversificou sua carreira com projetos além do jornalismo. Nos anos 1990, começou a gravar salmos bíblicos e, em 2011, lançou a gravação completa da Bíblia, o que também foi um grande sucesso.
Ele era amplamente reconhecido não apenas por sua capacidade como locutor, mas também por sua devoção a temas religiosos, o que lhe trouxe uma nova audiência.
Além disso, Cid fez parte de projetos inovadores, como o quadro do ilusionista Mr. M no Fantástico, que desvendava os truques dos mágicos, marcando um momento de grande popularidade. Sua biografia, lançada em 2010 e escrita por sua esposa Fátima Sampaio Moreira, reforça seu papel como “a grande voz da comunicação do Brasil”, um título que ecoará por gerações.
A morte de Cid Moreira encerra um capítulo importante da história da televisão e do jornalismo brasileiro. Seu legado permanecerá, e sua voz inconfundível será sempre lembrada como símbolo de credibilidade e respeito à informação.