Após PF acha na casa de Bolsonaro pen drive em banheiro ele foi Pr…Ver Mais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta sexta-feira (18) sobre o pen drive localizado pela Polícia Federal durante operação em sua residência, em Brasília. Segundo ele, o objeto pode ter sido “plantado” por agentes, o que levantou questionamentos sobre a conduta da corporação.
Durante conversa com jornalistas, Bolsonaro disse nunca ter tido contato com o dispositivo. Ele relatou que uma policial entrou no banheiro com o dedo sangrando e saiu do local com o pen drive nas mãos. Para ele, a situação gera desconfiança sobre a legalidade da ação.
A versão representa uma mudança em relação à fala anterior, quando afirmou desconhecer o objeto e disse que questionaria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre a possibilidade de ela ter guardado o item. Agora, Bolsonaro passa a sugerir manipulação da cena por parte da PF.
O caso reacende o embate entre o ex-presidente e as autoridades, em meio à operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que impôs medidas cautelares contra Bolsonaro.
PF suspeita de tentativa de ocultar provas
O pen drive foi encontrado no banheiro da residência de Bolsonaro durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. O dispositivo foi listado no relatório oficial da operação, conduzida com autorização do STF. O conteúdo ainda está sob análise da perícia.
A Polícia Federal investiga se o item contém arquivos relevantes para o inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A principal suspeita é de que o pen drive possa ter sido usado para ocultar ou destruir provas.
Caso confirmada a intenção de dificultar a investigação, a conduta pode ser enquadrada como obstrução de Justiça. Esse é um dos crimes que embasam as medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, incluindo tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno.
Além disso, Bolsonaro está proibido de manter contato com outros investigados e com diplomatas. As restrições têm como objetivo preservar a apuração de possíveis articulações para influenciar decisões do Supremo.
Ex-presidente amplia tom contra investigação
Bolsonaro tem adotado discurso mais incisivo contra as ações da Polícia Federal e do STF. Na entrevista, ele classificou a investigação como “política” e afirmou estar sendo alvo de perseguição. Também cancelou um encontro com embaixadores previsto para esta semana.
Segundo ele, a operação representa uma tentativa de desgastar sua imagem pública e impedir sua participação política. A defesa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pen drive encontrado no local.
O ex-presidente também voltou a negar qualquer plano de fuga ou intenção de descumprir a lei. Afirmou que está sendo “humilhado” por medidas que considera desproporcionais, mas que seguirá colaborando com as autoridades.
Entre as acusações em curso, está também a de atentado à soberania nacional. Segundo o STF, há indícios de que Bolsonaro teria articulado com aliados do governo Trump para influenciar processos judiciais no Brasil, o que ainda será apurado.