O caso de Ester Izabelle, de apenas quatro anos, continua a chocar o país pela brutalidade e pelas circunstâncias que envolvem sua morte. A menina foi encontrada sem vida dentro de uma cacimba em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, depois de desaparecer enquanto brincava em um campo de futebol.
O corpo foi localizado pelo próprio tio, Nazário, que participou das buscas junto com moradores e bombeiros. O relato dele à imprensa revela detalhes dolorosos do momento da descoberta — e reforça a gravidade do crime que abalou a comunidade.
“A pior experiência da minha vida”
Nazário contou que já havia passado pelo local antes, mas decidiu retornar após notar algo suspeito no terreno. “Vi um fogo, um pedaço de roupa… Pulei o muro e tirei a tampa da cacimba. Foi a pior experiência da minha vida”, relatou, emocionado.
O corpo da sobrinha estava de cabeça para baixo dentro do poço, com apenas a parte de cima da roupa, o que reforçou a suspeita de violência sexual. “Quando vi, só dava pra enxergar as perninhas dela pra cima… Foi uma cena que nunca vou esquecer”, disse o tio, sem conseguir conter o choro.
Segundo o delegado Sérgio Ricardo, a cacimba tinha cerca de 3,7 metros de profundidade e ficava no quintal de uma casa alugada por dois homens, agora investigados. Ambos foram levados algemados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife, para prestar depoimento.
Objetos encontrados ao lado do corpo levantam novas suspeitas
Durante a perícia, os agentes encontraram um preservativo (camisinha) e uma embalagem de achocolatado próximos ao corpo da menina. As evidências reforçam a possibilidade de que Ester tenha sido abusada antes de ser morta.
“Não podemos afirmar ainda, mas há indícios de violência sexual. Esses objetos indicam que a vítima pode ter sido atraída ou enganada”, declarou o delegado.
O corpo da criança apresentava ferimentos na cabeça e sinais de agressão. A embalagem de achocolatado, segundo os investigadores, pode ter sido usada para acalmar a menina. O Instituto de Medicina Legal (IML) fará exames que indicarão a causa da morte e se houve estupro.
Comunidade pede justiça e clama por respostas
Desde o desaparecimento, moradores do bairro Pixete se mobilizaram em protestos e vigílias pedindo justiça. A família, em desespero, tenta lidar com a dor de uma perda irreparável. “Ela era uma criança alegre, carinhosa. Nada justifica o que fizeram”, disse um parente próximo.
A tragédia de Ester Izabelle não é apenas mais um caso policial — é um alerta doloroso sobre a vulnerabilidade das crianças e a urgência de proteger a infância. O grito por justiça ecoa nas ruas de São Lourenço da Mata, onde uma cidade inteira chora por Ester.
