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O crime organizado no Rio de Janeiro segue expandindo suas atividades para além do tráfico de drogas. Agora, investigações revelam que facções têm criado até sistemas próprios para controlar serviços essenciais nas regiões que dominam.
Na Vila Kennedy, na Zona Oeste, a Polícia Civil descobriu que a maior facção do estado montou um esquema de transporte clandestino. A operação revelou que moradores e mototaxistas eram obrigados a usar um aplicativo criado pelos criminosos.
A ação policial cumpriu sete mandados de prisão e 12 de busca e apreensão. O objetivo era desarticular o núcleo responsável pela gestão do serviço ilegal, que teria movimentado mais de R$ 1 milhão em apenas um mês.
Aplicativo do crime substituiu plataformas legais
Segundo as investigações, as plataformas oficiais de transporte eram proibidas na região. O aplicativo clandestino era de uso exclusivo dos moradores e controlado pelo Comando Vermelho.
Assim que o programa era baixado, o usuário recebia mensagens de voz informando que apenas motoristas e motociclistas cadastrados poderiam circular, e que viagens fora do sistema seriam impedidas. A ordem era clara: quem não aderisse, não trabalharia.
Mais de 300 mototaxistas estavam registrados. Mensagens circulavam reforçando a obrigatoriedade do uso do aplicativo, deixando evidente que a decisão partia do comando do tráfico.
Os criminosos se organizavam em núcleos. Um grupo fazia a coerção, enquanto outro recebia o dinheiro por meio de empresas fantasmas e repassava ao chefe do tráfico.
Lucro financiava outras atividades ilegais
O valor arrecadado com o transporte clandestino era utilizado para financiar o tráfico de drogas. Para especialistas, a exploração de negócios ilegais se tornou uma das principais fontes de renda de facções e milícias.
Esses grupos também controlam internet, TV a cabo clandestina, venda de água, gás e até imóveis. A lógica é simples: quem domina o território impõe seus próprios serviços e elimina a concorrência.
Na mesma semana, outra operação fechou dois provedores de internet na Zona Norte, que também eram controlados por traficantes. Empresas legalizadas eram impedidas de atuar.
Na Vila Kennedy, a operação resultou na prisão de quatro suspeitos e na apreensão de R$ 245 mil. Três alvos seguem foragidos. Por conta da ação policial, 15 escolas não abriram na comunidade.
Governo promete intensificar combate
A Secretaria de Segurança Pública do Rio afirmou que o combate às atividades econômicas do crime organizado é prioridade. Segundo a pasta, operações estão sendo ampliadas para atingir diretamente a estrutura financeira das facções.
Especialistas destacam que é preciso ocupar as áreas dominadas e garantir serviços públicos para enfraquecer o poder desses grupos. Só assim será possível devolver à comunidade a liberdade de escolha.
O incentivo à denúncia também é fundamental. Quando a população sente segurança para falar, as autoridades conseguem agir com mais eficácia e quebrar o ciclo de intimidação imposto pelo crime.