Num domingo sereno, a Praça de São Pedro respirava um luto discreto. Os fiéis que antes lotavam o local ao longo da semana já não estavam lá, pois a Igreja havia concluído o ritual de despedida do Papa Francisco no sábado.
Era o fim de uma era que começou no alto da sacada da Basílica e terminava, agora, sob o céu aberto da praça.
A multidão, envolta nas cores preto, branco e vermelho, aguardava em silêncio. O caixão simples, carregado por cardeais, atravessou a Basílica até chegar ao centro da praça. O vento, os cânticos e a emoção coletiva marcaram a despedida.
A Última Homenagem a um Pastor do Povo
Sobre o caixão repousava o Evangelho, símbolo da missão de Francisco. O cardeal Giovanni Battista Ré, amigo pessoal do Papa, foi encarregado da homilia, relembrando momentos de coragem e compaixão do pontífice.
Ele descreveu um líder com o coração voltado para todos, especialmente para os marginalizados.
Francisco sempre se mostrou atento aos clamores da sociedade. Era um defensor incansável dos imigrantes, do meio ambiente e da paz mundial. Sua voz ecoava firme mesmo diante de líderes mundiais que o criticavam.
Um Cortejo Histórico pelas Ruas de Roma
Após a comunhão e as bênçãos finais, o corpo do Papa foi levado novamente para dentro da Basílica. Mas, em um gesto raro, Francisco recusou ser sepultado junto a Pedro e outros papas, optando pela proximidade de Maria.
Teve início então um cortejo histórico: pela primeira vez em mais de um século, o corpo de um papa deixou os muros do Vaticano. No papamóvel, o mesmo usado em seus últimos cumprimentos, Francisco cruzou as ruas antigas de Roma.
Em cada esquina da Via Papales, as pessoas aplaudiam e se despediam. Era Roma e o mundo inteiro dizendo adeus a um Papa que caminhou entre eles, com humanidade e esperança.
