Conhecido há décadas como Padre Fábio de Melo, o religioso acaba de lançar uma obra que quebrou todas as expectativas. Com o título “A Vida É Cruel, Ana Maria”, o livro marca sua estreia assinando apenas como Fábio de Melo.
A mudança não é só no nome: é também no tom, no conteúdo e, principalmente, na intimidade revelada. O motivo? “Quis voltar às raízes”, disse ele em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo.
E o que ele contou sobre a mãe deixou todos de queixo caído.
Diálogos com a mãe falecida emocionam e revelam dores jamais expostas
No livro, Fábio cria conversas imaginárias com sua mãe, dona Ana, que faleceu em 2021 vítima da Covid-19. São diálogos que nunca aconteceram de verdade, mas que ele gostaria de ter tido.
“Usei a literatura para me curar do que não vivi”, revelou. A relação com a mãe é tocante, mas também carregada de sentimentos contraditórios — inclusive mágoas profundas.
“Ela era otimista demais, isso me irritava”: o desabafo que ninguém esperava
Um trecho da entrevista chamou atenção do público: Fábio revelou que, apesar do carinho pela mãe, muitas vezes ficava irritado com seu excesso de otimismo.
Segundo ele, dona Ana não compreendia a complexidade das questões filosóficas e emocionais que ele enfrentava. “A vida não é como ela acreditava. A vida é cruel”, afirmou, justificando o nome impactante do livro.
Infância marcada pelo alcoolismo do pai e silêncio da mãe
A nova obra também revisita feridas da infância. Fábio de Melo conta como sofreu com o alcoolismo do pai, e como isso afetou sua formação emocional.
Mesmo nesses momentos difíceis, a mãe tentava manter uma visão positiva da vida, o que, segundo o autor, acabava sendo um tipo de negação da realidade. O livro é, nas palavras dele, um ato de verdade.