Uma tragédia abalou o município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã da última terça-feira (12). Uma explosão devastadora atingiu as instalações da Enaex Brasil, fábrica especializada em explosivos, deixando nove trabalhadores mortos.
A força da detonação foi tamanha que fragmentou os corpos das vítimas, dificultando a identificação imediata. As buscas, lideradas pelo Corpo de Bombeiros, continuaram nesta quarta-feira (13) com apoio da Polícia Científica do Paraná.
Familiares das vítimas estão recebendo apoio psicológico, enquanto aguardam os exames de DNA, que serão cruciais para o reconhecimento formal dos trabalhadores atingidos pelo acidente.
Trabalhos de identificação podem levar até 30 dias
Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, os laudos de identificação exigem tempo, paciência e tecnologia avançada. Ele afirmou que os exames estão sendo realizados com urgência, mas o processo completo pode levar até 30 dias.
“Nossos laboratórios estão mobilizados, mas, pela complexidade dos fragmentos, é necessário comparar o DNA com amostras coletadas das famílias”, explicou o secretário. A hipótese de apoio técnico de outros estados não está descartada.
Os restos mortais foram recolhidos em condições delicadas e passam por análise na Polícia Científica. Somente após a conclusão dos laudos será possível confirmar a identidade de cada uma das vítimas.
Enquanto isso, a fábrica permanece isolada, e uma equipe multidisciplinar acompanha os familiares durante esse período de espera angustiante.
Investigação tenta esclarecer causas da explosão
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) já iniciaram investigações para apurar o que causou a explosão. Nenhuma hipótese foi descartada até o momento.
O foco inicial é entender se houve falha humana, negligência operacional ou algum tipo de problema técnico no manuseio de materiais altamente sensíveis. A Enaex Brasil está colaborando com as autoridades.
A empresa informou que prestará todo o suporte às famílias das vítimas, incluindo apoio psicológico, financeiro e jurídico. Em nota, lamentou profundamente a tragédia e garantiu que está comprometida com a apuração dos fatos.
Até que a perícia seja concluída, a unidade permanecerá interditada, seguindo protocolos de segurança.
Comunidade e familiares vivem dias de dor e incerteza
A comoção é grande em Quatro Barras, onde muitos dos trabalhadores moravam. Velórios e homenagens ainda não puderam ser realizados, aumentando o sofrimento das famílias que aguardam pelos laudos de DNA.
Moradores da cidade têm deixado flores, cartas e mensagens em frente ao portão da fábrica, como forma de homenagear os trabalhadores que perderam a vida de maneira tão trágica.
Enquanto o país acompanha com pesar a evolução do caso, parentes das vítimas enfrentam a difícil espera por respostas, divididos entre a dor da perda e a angústia da incerteza.
A tragédia expõe novamente a importância da fiscalização rígida em indústrias de alto risco, além do cuidado permanente com a segurança dos trabalhadores.
