Uma tragédia abalou o interior do Mato Grosso do Sul na manhã do dia 29, quando um ônibus lotado de trabalhadores rurais nordestinos despencou de uma ponte na rodovia MS-436, na região de Pontinha do Cocho, zona rural de Camapuã. O acidente aconteceu em um trecho crítico, a cerca de 141 km de Campo Grande.
De acordo com informações, um dos pneus do veículo estourou ao passar por buracos no asfalto, fazendo com que o motorista perdesse o controle e o ônibus caísse direto no córrego abaixo.
O local é conhecido por sua péssima conservação — e moradores já haviam alertado sobre os riscos.
Mais de 30 feridos e cenas de desespero
O Samu foi acionado às pressas e prestou socorro a cerca de 40 passageiros. Trinta deles tiveram ferimentos graves e foram encaminhados para o hospital de Figueirão. Outros dez foram atendidos em Camapuã, com escoriações leves.
Todos os trabalhadores são do Nordeste e estavam na região para trabalhar em obras de uma indústria de celulose, enfrentando longas jornadas e deslocamentos diários em condições precárias.
Um problema que se repete e ninguém resolve
Apesar de o trecho estar supostamente em “obras de recapeamento”, motoristas locais já denunciavam há meses o abandono da estrada.
O caso reacende a revolta da população e o debate sobre a responsabilidade das empresas contratantes e das autoridades públicas, que permitem que trabalhadores sigam sendo transportados em estradas esburacadas e perigosas.
Até quando tragédias assim vão continuar?
Esse acidente não é um caso isolado. É o retrato de um país que fecha os olhos para a segurança da sua força de trabalho mais vulnerável. Enquanto não houver investimento sério em infraestrutura e fiscalização rígida, vidas seguirão sendo colocadas em risco.