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Vá em paz irmã CARLA: Após sair de igreja ela acabou sendo est… Ver Mais

O país convive diariamente com estatísticas frias de violência, mas algumas histórias revelam o rosto humano por trás dos números. Foi o caso de Ana Carla Cristo Chaulet, de 53 anos, vítima de um disparo enquanto saía de um culto na Igreja Batista Betel, em Patos de Minas. Conhecida por sua fé e dedicação a causas sociais, ela se tornou mais uma vítima da chamada violência colateral, quando pessoas inocentes são atingidas por confrontos que não tinham como alvo direto.

Na noite da tragédia, Ana Carla havia acabado de participar de um encontro religioso e, ao se despedir de uma amiga na porta do templo, foi atingida no pescoço por uma bala perdida.

O tiro ocorreu durante um tiroteio em via pública envolvendo criminosos que perseguiam dois jovens de motocicleta. Apesar de ter sido socorrida e de permanecer mais de dez dias internada, ela não resistiu aos ferimentos.

A notícia de sua morte abalou familiares, amigos e membros da igreja, trazendo indignação para uma cidade considerada pacata, mas que agora vive a dor de perder uma figura marcada pela generosidade e pela fé.

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Fé inabalável e legado social silenciados pela violência

Natural do Rio Grande do Sul, Ana Carla mudou-se para Minas Gerais em 1990, onde construiu uma vida voltada para o serviço ao próximo. Casada e mãe, era lembrada por abrir mão de seus próprios recursos para apoiar famílias carentes e crianças em situação de vulnerabilidade. “Ela não media esforços para ajudar quem precisava. Frequentemente abria mão de seus bens para apoiar os outros”, recordou a sobrinha Eloísa, emocionada.

Ana Carla atuava como professora de crianças na igreja e estava envolvida em projetos sociais voltados à comunidade. Um de seus últimos planos era a construção de um novo templo no bairro Alto Limoeiro. Na véspera do crime, ela havia adquirido materiais de construção e discutido com os fiéis os próximos passos da obra. Sua morte precoce não interrompe apenas um sonho pessoal, mas também uma ação coletiva de fé e esperança.

O autor dos disparos, um jovem de 18 anos, continua foragido. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio doloso, pela imprudência de atirar em uma área pública e movimentada. O episódio escancarou a fragilidade da segurança em espaços antes considerados tranquilos e levantou debates sobre o impacto da criminalidade em comunidades religiosas.

Cidade em luto e homenagens emocionadas

O sepultamento de Ana Carla reuniu centenas de pessoas entre familiares, amigos e membros da congregação. A prefeitura, em parceria com lideranças religiosas, organizou vigílias e atos de solidariedade, transformando a dor em um movimento coletivo de resistência contra a violência.

Para a comunidade, Ana Carla será lembrada como símbolo de generosidade, fé e amor ao próximo. Sua trajetória demonstra como mesmo em tempos marcados por insegurança, existem pessoas dispostas a cultivar a paz e semear esperança. Sua morte, no entanto, reforça a urgência de medidas mais eficazes para proteger cidadãos comuns de tragédias que não escolhem suas vítimas.

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