Epidemia silenciosa: “É Só Uma Coceira”, Dizem Pacientes Que Já Estão em Estado Gr4ve. Veja sintomas… Ver mais
Nas últimas semanas, um alerta sanitário tem colocado autoridades em estado de atenção em várias regiões do Brasil. Capitais como Manaus e Recife vêm enfrentando um crescimento expressivo nos casos de sífilis e HIV, apontando para o avanço de um surto silencioso que pode se espalhar ainda mais se medidas urgentes não forem tomadas. O que parecia controlado volta a emergir com força, especialmente entre os jovens adultos.
Em Manaus, por exemplo, apenas em 2025, foram registrados 2.479 casos de sífilis adquirida, um número que acende um sinal vermelho para o sistema de saúde. A maioria das notificações concentra-se na faixa etária de 20 a 39 anos, o que levanta questionamentos sobre o comportamento sexual da população e o acesso à informação e à prevenção.
Apesar da gravidade, o tema ainda é tratado com silêncio por parte de muitas pessoas, dificultando o combate efetivo às infecções. É justamente esse silêncio que transforma a sífilis e o HIV em ameaças ainda maiores, já que a falta de diagnóstico e o tabu em torno das ISTs atrasam o tratamento e favorecem a disseminação.
Jovens adultos lideram aumento de casos no Brasil
A faixa etária entre 20 e 39 anos representa hoje mais de 60% dos casos de sífilis notificados em Manaus. Isso indica que a população jovem e economicamente ativa está mais exposta ou menos atenta às formas de prevenção. A naturalização de relações sexuais sem proteção pode estar diretamente ligada a esse aumento.
Outro fator que chama a atenção é a baixa percepção de risco entre esse grupo. Muitos acreditam que doenças como a sífilis e o HIV ficaram no passado ou que afetam apenas grupos específicos, o que contribui para a negligência. Essa falsa sensação de segurança é um dos principais obstáculos para a conscientização coletiva.
Além disso, especialistas apontam para a necessidade urgente de campanhas de educação sexual mais eficazes. O acesso à informação clara e sem preconceitos é uma das ferramentas mais poderosas para conter o avanço das ISTs, principalmente entre os mais jovens.
É preciso considerar ainda que o retorno de práticas sexuais mais desprotegidas pode ter relação com o enfraquecimento das campanhas públicas e a desinformação crescente em redes sociais. A saúde pública precisa voltar a ocupar espaço de prioridade e presença na vida cotidiana das pessoas.
Sífilis: sintomas podem passar despercebidos no início
A sífilis é uma infecção traiçoeira, pois seus primeiros sinais podem ser leves ou até inexistentes. Inicialmente, surge uma pequena ferida indolor, geralmente nos órgãos genitais, ânus ou boca, que desaparece sozinha, mesmo sem tratamento. Esse desaparecimento temporário, no entanto, não significa cura.
Sem intervenção médica, a doença evolui para uma segunda fase com sintomas mais evidentes como manchas no corpo, febre, dor de cabeça, queda de cabelo e dor muscular. Ainda assim, muitos ignoram esses sinais, confundindo-os com problemas comuns e não relacionados à IST.
A terceira fase, conhecida como sífilis terciária, pode demorar anos para surgir, mas seus danos são profundos. Ela atinge órgãos internos, como o cérebro, coração e sistema nervoso, podendo causar paralisia, cegueira, distúrbios mentais e até a morte, em casos mais graves.
Dessa forma, o diagnóstico precoce é fundamental. Com um simples exame de sangue, é possível detectar a infecção e iniciar o tratamento com antibióticos, que é altamente eficaz nas fases iniciais. Quanto mais cedo a detecção, maior a chance de evitar complicações.
Prevenção e testagem: caminhos para conter a epidemia
A principal forma de prevenção tanto da sífilis quanto do HIV continua sendo o uso correto da camisinha, seja nas relações sexuais vaginais, anais ou orais. Apesar disso, o uso do preservativo ainda enfrenta resistência em muitos grupos, seja por desinformação ou confiança excessiva no parceiro.
Além do preservativo, é fundamental incentivar a testagem regular, especialmente entre os grupos mais expostos. Hoje, os testes rápidos estão disponíveis gratuitamente em unidades básicas de saúde e podem detectar sífilis e HIV em poucos minutos.
Outro ponto crucial é romper o estigma que cerca as ISTs. Muitas pessoas evitam procurar ajuda médica por medo de julgamento, o que perpetua o ciclo de infecção. Uma abordagem acolhedora e educativa por parte dos profissionais de saúde pode transformar esse cenário.
Campanhas de conscientização, aliados à ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento, são estratégias fundamentais para controlar esse surto. A informação salva vidas e precisa ser disseminada com responsabilidade, alcance e sensibilidade.







