Esta É A Verdadeira História Do Jovem Que Foi M0rto Por Uma Leoa “Pedaç0s De P… Ver Mais
Era para ser mais um dia tranquilo de visitação no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pessoa, na Paraíba. Famílias aproveitavam o domingo de sol para ver os animais, quando uma cena inusitada e aterrorizante paralisou a todos. Um jovem foi visto escalando uma árvore com o objetivo claro de invadir uma área restrita e extremamente perigosa: o recinto dos leões. A movimentação chamou a atenção imediata dos visitantes, que começaram a filmar a ação imprudente, muitos sem acreditar no que seus olhos viam.
O invasor era Gerson de Melo Machado, de 19 anos, um rapaz que, segundo relatos, sofria de transtornos psiquiátricos e carregava uma história de vida marcada por traumas e vulnerabilidade desde a infância. Ignorando os avisos desesperados de algumas pessoas que gritavam para ele sair dali, Gerson conseguiu pular um muro de oito metros de altura e acessar o território da leoa, apelidada carinhosamente de Leona. Para ele, em sua mente confusa, o animal selvagem parecia um inofensivo animal de estimação, mas a realidade da natureza logo se impôs de forma brutal.
Enquanto alguns visitantes tentavam alertar o jovem sobre o perigo mortal, outros pareciam assistir à cena como se fosse um espetáculo macabro, esperando para ver o desfecho trágico. Infelizmente, Leona, a leoa mais antiga do zoológico e conhecida por ser mansa com seus tratadores, reagiu instintivamente à invasão de seu território.
Ao perceber a presença estranha descendo da árvore, o animal de mais de 150 quilos atacou Gerson, defendendo o espaço onde vive há anos. As equipes de emergência foram acionadas rapidamente, mas o jovem não resistiu aos ferimentos graves causados pelas garras e dentes poderosos do felino.

A Reação Do Animal E As Falhas De Segurança Questionadas
Especialistas explicaram que, apesar de Leona ter interações dóceis com os tratadores que conhece, ela continua sendo um animal selvagem com instintos de defesa aguçados. O ataque não foi um ato de maldade, mas sim uma resposta natural à ameaça percebida em seu habitat. Após o incidente, a leoa se afastou e ficou visivelmente abalada, entrando em estado de choque, o que demonstra o estresse causado pela situação anormal. Os funcionários conseguiram entrar no recinto sem precisar sedar o animal, provando que seu comportamento agressivo foi pontual e direcionado ao invasor.
O caso levantou questionamentos imediatos sobre a segurança do parque. A polícia investiga como Gerson conseguiu driblar a vigilância e acessar uma área tão perigosa. O zoológico afirmou que havia guardas municipais e agentes ambientais no local, e que a estrutura física, com grades e muros altos, é projetada para proteger os visitantes. A direção do parque descartou falhas nos protocolos, alegando que o ato do jovem foi deliberado e difícil de prever ou impedir a tempo. O local permanecerá fechado até a conclusão das investigações oficiais.
O episódio trágico reacendeu debates sobre a interação humana com animais selvagens em cativeiro. O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba cobrou esclarecimentos rigorosos sobre as medidas de proteção adotadas pelo zoológico. A morte de Gerson serve como um alerta doloroso de que limites existem para preservar vidas e que animais de grande porte, por mais que pareçam calmos, jamais devem ser tratados como pets. A imprudência, somada à falta de compreensão do perigo, resultou em uma perda irreparável diante de uma plateia horrorizada.
Um Passado De Sofrimento E O Alerta Para O Futuro
A história de Gerson é também um retrato da falha no cuidado com a saúde mental. Acompanhado pelo Conselho Tutelar por quase uma década, ele foi retirado da família aos dez anos e sempre demonstrou instabilidade emocional. Seus pequenos delitos anteriores, como quebrar vidraças, eram pedidos de socorro de uma mente infantilizada, e não atos de um criminoso perigoso. Infelizmente, sua incapacidade de discernir o risco o levou a um fim trágico dentro da jaula de um predador.
O caso faz lembrar outro incidente famoso ocorrido há onze anos em Cascavel, no Paraná, quando o menino Vrajamani Rocha teve o braço dilacerado por um tigre após tentar acariciá-lo. Vrajamani sobreviveu e hoje é atleta paralímpico de natação, tendo reconstruído sua vida após o trauma. No entanto, para Gerson, não houve segunda chance. Sua morte chocou o país e reforça a necessidade urgente de respeitar as barreiras de segurança em zoológicos.
Agora, enquanto a família de Gerson chora sua perda e o zoológico revisa seus procedimentos, a sociedade reflete sobre a responsabilidade coletiva. A atitude de quem apenas filmou em vez de agir, a vulnerabilidade de jovens com transtornos mentais e o respeito à natureza selvagem são lições duras deixadas por esse domingo fatídico em João Pessoa. Leona segue sob cuidados, mas a cicatriz desse evento permanecerá na memória de todos que presenciaram o ataque.







