A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez críticas à operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a parlamentar, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi surpreendida logo ao amanhecer, ainda de pijama, quando os agentes chegaram à residência do casal.
A ação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e incluiu buscas tanto na casa do ex-presidente quanto na sede do PL, em Brasília. Durante a operação, foram apreendidos itens pessoais, dinheiro em espécie e o celular de Bolsonaro.
Em coletiva de imprensa, Damares disse que a cena foi constrangedora e que a postura da polícia poderia ter sido mais sensível diante da presença de uma figura pública em ambiente familiar. A senadora também expressou preocupação com a possibilidade de vazamento de imagens.
A operação, segundo ela, poderia ter sido realizada de maneira mais equilibrada, sem expor pessoas que não são alvos diretos da investigação. A senadora defendeu o respeito à privacidade e acusou as autoridades de criar um clima de humilhação.
Michelle é elogiada por aliados e ganha destaque político
Após o episódio, Damares afirmou que Michelle Bolsonaro demonstrou firmeza mesmo diante do constrangimento. Para a senadora, a reação da ex-primeira-dama revela uma liderança em ascensão dentro do campo conservador.
Ela descreveu Michelle como “um símbolo de força” e afirmou que a atuação dela nesse momento delicado pode marcar uma virada em seu papel público. A parlamentar disse que “a maior liderança conservadora do país nasceu hoje”.
A ex-primeira-dama não se pronunciou diretamente sobre a operação, mas publicou um versículo bíblico em suas redes sociais. A postagem foi lida como um gesto de resiliência por apoiadores e parlamentares próximos à família Bolsonaro.
Nos bastidores, Michelle já é vista como uma possível figura de frente em futuras disputas eleitorais. Sua imagem pública, somada à discrição e à linguagem religiosa, a mantém em alta entre o público conservador.
STF impõe restrições a Bolsonaro após operação
Como parte das medidas cautelares, Jair Bolsonaro foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Ele também está sujeito a recolhimento noturno e restrição no uso das redes sociais. As ações foram determinadas por Alexandre de Moraes.
O ex-presidente está proibido de manter contato com outros investigados, incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. Também não poderá se comunicar com diplomatas ou figuras ligadas ao inquérito. O objetivo é preservar a integridade das investigações.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República apontam tentativa de interferência nos processos em curso. Bolsonaro nega irregularidades e afirmou sentir-se humilhado com a forma como a operação foi conduzida.
A defesa do ex-presidente ainda não apresentou pedido formal de revisão das medidas, mas aliados políticos prometem reagir no Congresso. O tema deverá movimentar o cenário político nas próximas semanas.
